Ficha Técnica
Lançamento: 25 de junho de 2020 no Ocidente
Produtora: Idea Fatory e Otomate
Distribuição e Localização: Aksys Games
Distribuição e Localização: Aksys Games
Collar x Malice é um Otome game desenvolvido e publicado pela Idea Factory e pela Otomate. Ele foi lançado para PlayStation Vita em 18 de agosto de 2016, no Japão, e pela Aksys Games na América do Norte e Europa em 28 de julho de 2017. Em 2020, foi lançada a versão de Nintendo Switch, o qual vou comentar hoje.
Confesso que jogar Collar x Malice sempre foi um dos meus sonhos desde que comecei a jogar Otome games lá em 2011 no PSP. Todo mundo falava que era muito bom, mas eu nunca tive um PS Vita e nem sabia mexer em emuladores direito. Ele também nunca esteve à venda na eshop brasileira depois que o Switch lançou (e continua não estando). Mas, um belo dia eu achei ele vendendo na versão física pela Amazon e obviamente não ia perder a oportunidade, né.
História e construção de mundo
A história se passa em Shinjuku, no Japão. Na época em que os acontecimentos do jogo ocorrem existe uma organização criminosa chamada Adonis, que começa a causar vários atentados na cidade, afim de "fazer justiça com as próprias mãos" e criticar a polícia pela sua incompetência. É aí que a nossa heroína, Ichika Hoshino, uma policial que trabalha para a polícia local decide investigar o caso.
No entanto, durante uma das investigações, Ichika é atacada. Ao acordar, ela se encontra com um colar no pescoço, este que que possui um veneno. Esse ocorrido faz com que nossa protagonista acabe sendo envolvida no "Incidente do Dia X", um atentado planejado pelo Adnois, o mesmo grupo que colocou o colar nela. A partir daí, ela precisa juntar forças junto de cinco ex-policiais para investigar cada caso e tentar se libertar do colar.
O mundo de Collar x Malice é bem realista, exatamente por ser uma história mais "pé no chão". Diferente dos últimos otomes que eu joguei, como o Virche Evermore (que inclusive tem review dos dois jogos aqui) e o Tengoku Struggle, esse não tem nada de fantasia. Mas não é por isso que o jogo não vai ser bem ambientado. Inclusive é muito interessante que existe uma discussão bem forte sobre o conceito de "justiça" e como ele pode ser interpretado de vários jeitos a partir do interesse de cada um, tanto pela polícia quanto pelos terroristas.
Uma coisa que eu gosto muito dessa história também é que eles conseguem criar um equilíbrio muito bom entre a investigação e o romance. Inclusive esse otome me fez perceber que eu gosto um pouco desse tipo de história que não é um romance o tempo todo. A história principal foca mais nos casos, e mesmo que o romance aconteça em segundo plano, continua sendo bem efetivo e não muito apelativo.
Inclusive é muito legal você tentar desvendar os mistérios usando as pistas que você vai coletando. Eu tentava fazer pelo menos um dos finais sem ver o walktrough exatamente para ver se eu sabia fazer o que estava fazendo. E na maioria das vezes eu não sabia, hahaha.
Gameplay e menu
Como esse jogo é um visual novel de investigação, com certeza um dos pontos mais fortes é essa coisa meio detetive. Isso me lembrou bem de leve o Danganronpa, principalmente na parte em que você está na cena do crime e pode interagir com alguns objetos para obter pistas.
Um ponto bem interessante aqui é o TRIGGER MODE. Sim, como você é uma policial, eventualmente vão ter conflitos entre a Ichika e os suspeitos/culpados de cada rota. A parte boa é que logo no começo você já meio que tem um treino para atirar (e se você não passar disso, basicamente não tem como continuar no jogo). Mas pasmem, não é tão fácil quanto parece, você tem que atirar dentro de uma área específica para o seu tiro dar certo. Caso contrário, provavelmente a sua personagem vai morrer.
Memórias de guerra de não apertar na hora certa e não entender porque eu morri |
Por conta disso, uma coisa que eu aconselho é você salvar um pouco antes desses momentos acontecerem e sempre prestar atenção com a escolha que você está fazendo. Se você não tiver muita confiança de onde acha que deve salvar, nos walktrough sempre tem um aviso.
Outra coisa bem legal é que no menu que você tem acesso durante as rotas existe um caderno onde os documentos e pistas encontrados durante as investigações e interrogatórios são arquivados, além do clássico glossário que é completado durante a leitura.
No menu principal também tem um especial com voice recordings dos garotos, e ao conseguir todos os finais, você também libera um CG especial de cada um e um menu que você pode ter momentos particulares com cada menino, como sair junto etc. São diálogos curtos, mas bem bonitinhos. Por último, também tem uns relatos de cada um dos meninos com a Ichika, tudo em formato de texto e se não me engano umas gravações de voz com algumas informações que os próprios meninos dão sobre si próprios.
Um conselho que eu dou para esse jogo é você se preparar para ter muitos choques e surpresas, porque apesar de ser um otome, essa história possui sim muita violência e inclusive possui temas que podem deixar você, jogador, meio desconfortável.
Em Collar x Malice também existe o modo de quick save/quick load e a função history que ajuda muito na hora de voltar para certo pontos da trama. Outro ponto muito bom, principalmente quando você vai pegar os outros finais, é que o próprio jogo para o modo automático quando você entra numa linha que ainda não viu. Eu achei isso maravilhoso, porque faz com que você não perca nenhum final sem querer por deixar tudo no automático - coisa que já aconteceu comigo em outros jogos.
Rotas e Personagens
Nesse jogo, nós temos 5 meninos (considerando o último que é o especial): Mineo, Sasazuka, Kei, Shiraishi e o Yanagi. Cada um deles é responsável por alguns casos do X-Day que você está para investigar.
Para você seguir nas rotas de cada personagem, é necessário jogar o prólogo do jogo todas as vezes. O personagem vai ser escolhido a partir das escolhas que você faz no começo, então eu aconselho pegar um walkthrough logo de cara para não perder muito tempo.
A ordem que eu joguei foi a seguinte: Mineo➡Sasazuka➡Kei➡Shiraishi➡Yanagi.
O único ponto que eu vou deixar jogado aqui é sobre a rota do Yanagi. Ela tem algumas coisas diferentes por ser a última, e por isso eu aconselho não pular nem o prólogo e ler tudo como se fosse a primeira vez, por mais que pareça meio repetitivo. Vocês vão entender o porquê, vai por mim.
Eu realmente não quero dar spoiler das rotas, porque acho que isso faz estragar a experiência de forma gratuita. Às vezes os otomes tem um pouco dessa coisa da primeira rota sempre ser um pouco mais "morna", mas em Collar x Malice o ponto bom é que todas as foram igualmente muito boas, inclusive o Mineo, que é a primeira.
Acho que eu não senti que nenhuma das histórias foi "fraca", pois cada um dos garotos tinha motivos muito plausíveis, e além disso os casos que eles pegavam para investigar com a Ichika também acabavam sempre incrementando em alguma coisa da própria história deles. Também foi bem legal como a interação de cada um com a Ichika e vice versa foi impactando a vida dela de várias formas, fosse deixando-a apreensiva, irritada ou segura.
Mas para não dizer que não vou falar nada mesmo, vou comentar sobre a protagonista, Ichika... Gente, ela é MUITO legal. Com certeza absoluta é a minha top heroínas dos otomes disparado (e olha que eu já joguei muito otome na minha vida). Se você acha que protagonista de otome tem que ser tudo fofa, meio princesa, frágil e desprotegida, a Ichika veio pra dar um tiro na sua cara (quase não ironicamente). Ela é uma personagem que é forte, determinada, corajosa, possui seus ideais bem firmados e ao mesmo tempo tem muita compaixão pelos outros.
Sobre os garotos, acho que eu realmente não posso falar sobre eles, mas uma das coisas que eu mais gostei foi ver como cada um tem profundidade. Todos têm uma personalidade muito única, uma história bem construída e conforme você vai jogando as rotas, dá vontade de conhecer mais sobre cada um e suas histórias. Não é atoa que 6 capítulos passam voando. É bem difícil falar de todos os personagens aqui, mas queria pontuar que cada par romântico é muito bom, mesmo que no começo você ache que não vai gostar.
Eu também preciso dar crédito aos personagens secundários, sejam eles os colegas da Ichika na polícia (Mochida, Sakuragawa e Saeki, amo vocês!) e principalmente os criminosos de cada rota. Você pode até achar que esses últimos não tem muito a dizer, mas conforme as histórias vão se desenrolando, fica muito perceptível o porquê de cada um ter cometido o crime que cometeu.
Agora sobre a parte do romance mesmo, é muito difícil de escolher qual eu gostei mais. Eu particularmente amei o Mineo (por motivos óbvios do CV dele ser o Soma Saito hahaha), mas de verdade ele foi o personagem que eu mais achei divertido e ingênuo. Mesmo o Shiraishi (CV. Ryohei Kimura) que eu achei que não ia gostar tanto, acabei amando. E o Yanagi, não tem nem o que falar desse homem, né, mas que homem!!
Trilha Sonora/Cenários/CGs
Outro ponto completamente positivo pra esse jogo é a trilha sonora. As músicas são bem imersivas e conversam muito bem com cada momento do jogo. Isso sem considerar a abertura e encerramento maravilhosos, interpretados pela banda Plastic Tree. Inclusive a abertura fica na sua cabeça e eu quase não pulei ela durante a minha jogatina - só quando eu estava com mais pressa mesmo.
Em relação aos cenários e CGs, eles são todos muito bonitos mesmo! E inclusive o último CG de cada personagem que você libera depois de pegar os finais e interagir com eles na parte do "Special" (acho que era esse o nome), também são muito bonitinhos!
Casting
Se tem uma coisa que esse jogo tambéma acertou em cheio é o elenco dos personagens, tanto dos garotos como dos personagens secundários, só tem gente incrível! No elenco principal nós temos Masakazu Morita como Aiji Yanagi; Yuki Kaji como Kei Okazaki; Soma Saito como Mineo Enomoto; Daisuke Namikawa como Takeru Sasazuka e Ryohei Kimura como Kageyuki Shiraishi.
Isso sem contar com outras vozes iconicas dos personagens secundários. Yuuki Ono aparece como Yuzuru Saeki; Kosuke Toriumi como Keisuke Sanjo; Takuya Eguchi como Kazuki Hoshino e Natsuki Hanae como Sera Akito. E eu poderia literalmente continuar isso aqui até acabar. hahaha
Para quem gosta de seiyuu esse jogo com certeza é um prato cheio! E inclusive eu fiquei muito feliz de ter o Morita, foi a primeira vez que eu joguei um otome com ele no elenco, e que homem viu. *chora*
Pontos negativos
Acho que o único ponto "negativo" que eu tenho com Collar x Malice, é o fato de que a leitura às vezes fica um pouco cansativa e isso fez com que eu levasse mais tempo para jogar do que pretendia - pois eu só consigo fazer isso durante a noite quando já estou meio cansada e raramente nos finais de semana também.
Talvez esse ponto do texto cansativo pese um pouco, principalmente para quem não está muito acostumado com visual novel. Mas eu digo isso também porque sou uma pessoa que demora muito para ler exatamente pelos motivos que comentei em cima, e passo boa parte anotando coisas num caderno para não esquecer os acontecimentos, principalmente na parte das investigações.
Considerações Finais
Collar x Malice é um jogo que eu com certeza recomendo demais para todo mundo que gosta de visual novel, seja você do time otome ou não. Acho que por ter um pouco de pontos parecidos com Danganronpa, principalmente no quesito investigação, ele cumpre bem demais o seu papel. Inclusive é um jogo muito bom se você quer algo divertido e bem equilibrado.
No total eu levei mais ou menos umas 62 horas, ou seja 12 horas e meia para cada rota. Provavelmente se eu não tivesse anotado várias coisas eu teria terminado mais rápido inclusive, hahaha. Mas sendo bem sincera, senti que foi pouco para o que eu gostaria.
Também existe um fandisc, o "Collar x Malice Unlimited", que também pretendo jogar mais pra frente, depois de terminar pelo menos um outro que está gritando no meu backlog. Mas até lá, com certeza vou sentir saudades desse jogo.
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