sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Review: Entregas Expressas da Kiki - Eiko Kadono e Daniel Kondo

    Originalmente lançado em 1985, o livro “Entregas Expressas da Kiki” de Eiko Kadono finalmente chegou ao Brasil pela Editora Estação Liberdade, com tradução de Lúcia Hiratsuka e ilustrações de Daniel Kondo.

    A história é sobre Kiki, uma simpática bruxinha adolescente que domina apenas uma magia: a de voar. Ao fazer treze anos de idade, ela precisa realizar um grande feito tradicional das bruxas – deixar sua cidade natal e ir morar em um novo local por um ano para aprender a desenvolver sua independência. Ela então parte com sua vassoura para uma nova aventura junto de seu gatinho preto, Jiji. Porém, chegando em sua nova cidade, ela descobre que nem tudo é tão simples, principalmente quando uma boa parte dos moradores demonstram ter um certo “preconceito” com as bruxas.

    Para quem já assistiu ao filme do Studio Ghibli, a história não difere muito da animação. Kiki chega na cidade nova, se hospeda na casa da senhora Osono – dona de uma padaria–, cria seu negócio de entrega de encomendas, encontra o menino ladrão de vassouras e etc. A diferença está em algumas aventuras extras que particularmente não me lembro de ter visto (mas que gostei bastante), como por exemplo o dia de folga que Kiki tira para ir à praia e o poema que uma menina queria enviar anonimamente para o garoto que gostava.

    Achei muito legal como a autora descreve o crescimento da Kiki também. No começo dá para perceber claramente que ela achava sua mãe muito chata – como provavelmente toda adolescente. Mas, ao viver apenas com um gato, ela vai percebendo como algumas coisas eram importantes – principalmente em relação a aprender magia, que era o seu ponto fraco. Além disso, também é interessante ver como ela reage às diversas situações e as ações que ela toma para contornar os problemas que vão surgindo.

    Como o livro é voltado para o público infanto-juvenil, a linguagem é bem leve e a leitura do texto é bem tranquila. As ilustrações feitas por Daniel Kondo são simples e mostram cenas pontuais do que está acontecendo na trama. Uma coisa que reparei é que são apenas utilizadas as cores azul, vermelho e preto, tanto nas capas de abertura de capítulo quanto nas que estão presentes no meio do texto. Foi então que eu dei uma lida na orelha do livro e vi que a principal inspiração de Daniel foram as decorações das caixas de fósforo japonesas do século 20. Eu particularmente achei isso bem legal, considerando que o livro original foi publicado em 1985.

    
Figura 1 - Ilustração de abertura de capítulo


Figura 2 - Ilustração representando uma cena em que Kiki e sua família estão tendo uma refeição


Figura 3 - Caixa de fósforo japonesa do século 20. Fonte: Google

       A leitura é bem fluida, os capítulos não são muito longos, e por conta das ilustrações, sinto que ficam ainda menores. É um livro que dá para ler facilmente em poucos dias. Eu particularmente acho que demorei mais porque só lia algumas horas por dia, já que estava viajando (e por que às vezes já estava muito cansada para pegar o livro).
    O final também é bem bonitinho, mas achei que o reencontro com os pais foi rápido e breve demais. (Tipo, tadinhos, eles esperaram um ano inteiro para rever a filha e ela só ficou alguns minutos para depois ir embora de novo??)

    Com isso, dá pra dizer que “Entregas Expressas da Kiki” é um ótimo livro, trazendo coisas e situações que fortalecem a conexão com a personagem principal. E uma recomendação minha: se puderem, leiam esse livro na praia ou em algum lugar que dê para ver o mar e ouvir o som dele. Isso dá um toque especial, principalmente na cena da praia que está no capítulo “Ladrão de vassouras”. Combina demais!

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