Originalmente lançado em 1985, o livro “Entregas Expressas da Kiki” de Eiko Kadono finalmente chegou ao Brasil pela Editora Estação Liberdade, com tradução de Lúcia Hiratsuka e ilustrações de Daniel Kondo.
A história é sobre Kiki, uma simpática bruxinha adolescente que domina apenas uma magia: a de voar. Ao fazer treze anos de idade, ela precisa realizar um grande feito tradicional das bruxas – deixar sua cidade natal e ir morar em um novo local por um ano para aprender a desenvolver sua independência. Ela então parte com sua vassoura para uma nova aventura junto de seu gatinho preto, Jiji. Porém, chegando em sua nova cidade, ela descobre que nem tudo é tão simples, principalmente quando uma boa parte dos moradores demonstram ter um certo “preconceito” com as bruxas.
Para quem já assistiu ao filme do Studio Ghibli, a história não difere muito da animação. Kiki chega na cidade nova, se hospeda na casa da senhora Osono – dona de uma padaria–, cria seu negócio de entrega de encomendas, encontra o menino ladrão de vassouras e etc. A diferença está em algumas aventuras extras que particularmente não me lembro de ter visto (mas que gostei bastante), como por exemplo o dia de folga que Kiki tira para ir à praia e o poema que uma menina queria enviar anonimamente para o garoto que gostava.
Achei muito legal como a autora descreve o crescimento da Kiki também. No começo dá para perceber claramente que ela achava sua mãe muito chata – como provavelmente toda adolescente. Mas, ao viver apenas com um gato, ela vai percebendo como algumas coisas eram importantes – principalmente em relação a aprender magia, que era o seu ponto fraco. Além disso, também é interessante ver como ela reage às diversas situações e as ações que ela toma para contornar os problemas que vão surgindo.
Como o livro é voltado para o público infanto-juvenil, a linguagem é bem leve e a leitura do texto é bem tranquila. As ilustrações feitas por Daniel Kondo são simples e mostram cenas pontuais do que está acontecendo na trama. Uma coisa que reparei é que são apenas utilizadas as cores azul, vermelho e preto, tanto nas capas de abertura de capítulo quanto nas que estão presentes no meio do texto. Foi então que eu dei uma lida na orelha do livro e vi que a principal inspiração de Daniel foram as decorações das caixas de fósforo japonesas do século 20. Eu particularmente achei isso bem legal, considerando que o livro original foi publicado em 1985.
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Figura 1 - Ilustração de abertura de capítulo |
Figura 2 - Ilustração representando uma cena em que Kiki e sua família estão tendo uma refeição |
Figura 3 - Caixa de fósforo japonesa do século 20. Fonte: Google |
Com isso, dá pra dizer que “Entregas Expressas da Kiki” é um ótimo livro, trazendo coisas e situações que fortalecem a conexão com a personagem principal. E uma recomendação minha: se puderem, leiam esse livro na praia ou em algum lugar que dê para ver o mar e ouvir o som dele. Isso dá um toque especial, principalmente na cena da praia que está no capítulo “Ladrão de vassouras”. Combina demais!
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